As “Sete Palavras de Cristo na Cruz”, em música
A partir do século VI, as Sete Palavras foram recolhidas e colocadas em ordem, nomeadamente em A Harmonia Evangélica traduzida pelo bispo Vítor de Cápua; no séc. XII teve início a piedosa tradição das Sete Palavras e, no séc. XIII, as Sete Palavras tornaram-se um texto devocional em sentido estrito, sob a influência de São Boaventura e do seu manifesto A Vinha Mística, datado de 1263, depois do que esta devoção foi particularmente divulgada pelos franciscanos, ordem mendicante que marcou definitivamente a vida piedosa da Idade Média, como remédio contra os sete pecados capitais. Já no séc. XVII que se incrementou de forma definitiva a devoção às Sete Palavras de Cristo, por acção de um padre jesuíta, no Perú, criando um conjunto de meditações para a Sexta-Feira Santa, que haveria de integrar a tradição quaresmal da Igreja, particularmente na Sexta-feira Santa, como complemento às celebrações da Paixão e à Via Sacra. No séc. XIX, assistia-se ao incremento do espírito devocional e pietista, no contexto do qual Sete últimas Palavras de Cristo na Cruz, foram ganhando maior independência relativamente ao texto narrativo da Paixão, ao ponto de se tornarem elas mesmas objecto de veneração, de meditação, tema de pregação e até de inspiração musical.