Alberto Cerroni (1928-2014)

O P. Ângelo Alberto Cerroni nasceu em Poggio Bustone, Província de Rieti (Lazio), a 21 de Julho de 1928. Aos dez anos iniciou a sua formação na Ordem dos Frades Menores (Franciscanos) ondo professaria mais tarde e em cujo ambiente desenvolveria toda a sua actividade. Estudou Piano com os Maestros Macoggi e Silvestri e, em 1957, começou a frequentar o Pontifício Instituto de Música Sacra, de Roma onde se diplomou em Órgão com o Maestro Ferruccio Vignanelli e onde foi, a mais tarde, até à idade da reforma, professor de Órgão. Obteve ainda a Licenciatura em Canto Gregoriano e Composição Sacra.
Foi organista titular da Basílica Pontifícia da Porciúncula, Santa Maria dos Anjos, em Assis, foi Vice-Reitor do Seminário de Teologia da Porciúncula e Prefeito de Estudos da Província Franciscana da Úmbria. Foi ainda guarda do Sacro Convento da Porciúncula. Além disso, desenvolveu intensa e apreciada actividade docente no Pontifício Seminário regional de Assis, no Seminário de San Damiano, e no Seminário de Teologia da Porciúncula foi concertista de órgão, tendo actuado em várias regiões do globo. Dominava o grande repertório do seu instrumento, nomeadamente a integral de Bach. Desde 1965, foi titular da Cátedra de Organo Principale no Instituto Frescobaldi de Perúgia e, desde Outubro de 1975, foi Professor de Órgão Litúrgico no Pontifício Instituto de Música Sacra, em Roma, e de Organo Complementare no Conservatório F. Morlacchi de Perúgia. Foi ainda projectista de órgãos, devendo-se-lhe alguns exemplares de relevo no território italiano, nomeadamente o Órgão da Basílica de Santa Maria dos Anjos, de que era titular. Este órgão acabaria por ser parcialmente destruído por um terramoto que se abateu sobre esta igreja franciscana, sendo então construído um novo órgão mecânico.
Foi meu professor de Órgão Litúrgico entre os anos de 1988 e 1992, bem como de Organografia e Acompanhamento escrito ao Canto Gregoriano, revelando uma enorme simpatia e alegria, ao mesmo tempo que era particularmente rigoroso com a precisão e articulação, ao ponto de nos obrigar a copiar as indicações de fraseado que ele seguia, vindas do seu mestre Vignanelli. Era particularmente divertido e dizia-nos que só saberíamos tocar bem alguma coisa quando fôssemos capazes de assobiar ao mesmo tempo… Encontrei-me com ele pela última vez em Assis, nos inícios de Novembro de 2001, precisamente à porta do Convento Franciscano da Porciúncula, onde o fui procurar e me exibiu a mesma simpatia e acolhimento de sempre.
Faleceu no seu Convento da Porciúncula, Assis, depois de alguns problemas de saúde que o retiraram progressivamente da vida activa, a 7 de Abril de 2014, com a idade de 85 anos.