O HARMÓNIO: “Das igrejas dos pobres… aos salões dos ricos”
O Harmónio, hoje em dia, está vivo e recomenda-se. Não se trata apenas de peça de museu, lóbi de coleccionador ou de um punhado de loucos aficionados aos instrumentos antigos que se prestam ainda a mover os emperrados pedais, a limpar com os próprios dedos o pó ou o caruncho do teclado de carcomidos instrumentos, a sujar as calças com o abrir as joelheiras de dobradiças enferrujadas e sujeitas a quebrar-se, para arrancar dali os sons ignorados de uma qualquer peça antiga. Quantos compositores do séc. XX, sobretudo até aos anos 60’ e à reforma litúrgica emanada do Concílio Vaticano II, escreveram a pensar especificamente no Harmónio, os seus cânticos litúrgicos. Nos tempos que correm, há muita música, muito instrumento, muito executante vivo por aí. O Harmónio não é ”um instrumento a descobrir”, mas um instrumento a apreciar, a acarinhar, a respeitar,